quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O dilema da escola, novamente...

Eu até já me acostumei, depois de ser mãe, em manter um pouco de dúvida se decidi pelo melhor. Não dá para termos certeza quando falamos em educar pessoas. Eu não sei se o castigo foi suficiente ou exagerado, não sei se escolhi a escola certa, não sei se calei no momento errado, enfim, mesmo pensando e repensando todas as decisões, resta ainda algum incômodo ao pensar no "e se....".

É mais um momento. Ano passado resolvemos tirar Eduardo da escola por vários motivos: ele era muito novo, tinha apenas 2 anos, ficava muito isolado na escola, estava sempre cansado, pois fazia várias terapias e nós quisemos incluir as terapias da Cliner, com 1h e 30min, 3 vezes por semana. Ainda, ele estava em uma escola da fundação aqui em Brasília, fazendo estimulação precoce, voltada para a área pedagógica. Pensamos, repensamos, e decidimos em maio que ele ficaria melhor sem escola até o final do ano. Mesmo assim, cada vez que eu via a interação de Luísa na escola, a experiência com as professoras e com os colegas eu ficava em dúvida se tinha tomado a atitude correta, se, em casa, contrariando tudo que eu falo, não estava tratando meu filho de maneira muito diferente. Pelo menos eu sei que pensei no que seria melhor para ele, conversei com vários profissionais e todos concordaram que era o melhor.

Bem, ano que vem ele fará 3 anos e achamos que é hora de voltar. Que ele está preparado para todos os estímulos que encontrará na escola, principalmente no convívio com outras crianças.

E começou tudo de novo. Encontrar uma escola onde Luísa e Eduardo possam desenvolver todos os seus potenciais, que compreenda cada um dos meus filhos da melhor foma, individual, que ajude na formação deles como pessoas. Claro que tudo isso é papel da família, mas a criança fica muito tempo na escola, tendo participação relevante na sua formação.

Vejo muitos relatos de mães e suas dificuldades na escollha da melhor escola. Isso ainda é mais difícil quando se trata de uma criança com desenvolvimento atípico. Não adianta apenas acolher, é preciso dar condições para que a criança aprenda e desenvolva seus potenciais.

E quando falamos em INCLUSÃO, temos ainda muito a evoluir. Cada realidade é única, cada criança tem a sua. Na minha família, acreditamos que o melhor é que Eduardo frequente uma escola regular, convivendo com outras crianças, independente da condição delas. Que ele tenha oportunidade de interagir com crianças com desenvolvimento típico e atípico.

É realmente o melhor? Não sabemos. A sombra da dúvida não vai embora, mesmo que perca a força em alguns momentos. Entretanto, é nisso que apostamos. E persisto, saindo para conhecer várias escolas. Hoje voltei de uma visita bem mais tranquila. A coordenadora até recebeu um beijo de Eduardo, apenas 20 minutos depois de conhecê-lo, um feito. Luísa chorou na hora de sair, queria ficar nos brinquedos. Todos muito carinhosos, indicaram que ele deverá ser acompanhado por uma monitora individual, que permanecerá com ele durante o período em que ficar na escola, o que seria reavaliado periodicamente. Foi o mesmo indicado pela neurologista. Todos os profissionais com quem conversei demonstram acreditar nesses pequenos e em sua capacidade. Niguém falou em dificuldades, mas em criar condições para o melhor desenvolvimento das crianças, com tranquilidade.

Voltei mais tranquila, parece que encontrei a escola para os meus pimpolhos. A dúvida, hoje, incomoda menos. Torcer que a realidade seja parecida com o que espero.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Comportamento zangado

Há alguns dias Eduardo tem apresentado um comportamento muito agressivo. Quando vai fazer qualquer coisa que não quer ou quando não é atendido quando deseja algo, Eduardo chora, bate em quem aparecer, joga os objetos ou bate a cabeça. 

Todos os dias sofremos para trocar a fralda dele, que chuta quem está trocando com toda força. E como ele tem força. A troca de fraldas demora vários minutos. Ele se contorce, grita e chuta, querendo sair para fazer outra coisa. A irmã também tem sentido a mudança. Quando Luísa chora, ele corre para perto ebate na cabeça dela várias vezes seguidas. Chora, volta e  bate novamente. Luísa fica parada, olhando pra ele, aparentemente sem compreender direito, pedindo que não bata pois ela é sua irmã. Eu converso com ele, que tem que dar carinho, que dói quando ele bate e que não podemos bater nas pessoas. Quando está pronto e quer sair, bate com a própria cabeça na cabeça da gente, chuta, bate e se tentamos pegar no colo, não aceita.

Luísa já entendeu que não deve revidar e toma suas próprias atitudes. Fica em pé de frente pra ele, pega as duas mãos dele e passa pelos próprios cabelos falando: "carinho, Eduardo, na sua irmã". Depois continua "agora abraço", e abraça o irmão .... "agora beijo" e corre atrás dele em busca do beijo. Como essa interação com a irmã é positiva para os dois. 

Eu fico triste, vejo as reações dele angustiada e com vontade de chorar. A psicóloga acredita que está tudo bem, que são ótimas notícias, e está muito feliz com as reações dele. Aposta que ele está demonstrando o que quer e o que sente, que precisa apenas de um tempo para reorganizar tudo dentro da cabecinha dele. Ela vibra, e nem assim eu não consigo acalmar meu coração.

Exceto no dia que recebi um presentão, quando ele estava inconsolável e não conseguíamos identificar o motivo de tanto choro. Eu pegava no colo, conversava, fazia dengo, carinho e nada. A avó pegava, fazia tudo isso, e nada. Até que ele ergueu os bracinhos, se jogou na minha direção e disse "mamãeeee".

E ficamos assim, abraçados, ele chorando e sendo paparicado, eu sorrindo e sentindo a angústia ceder um pouco do seu lugar para a festa que crescia dentro de mim.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mais coisas de Luísa

Luísa tem cada vez mais repetido o que a gente fala, escolhendo bem as ocasiões.

Conversávamos sobre seu comportamento (gritando e falando nãããããoo) e eu falei:

- Luísa, que coisa feia, você vai visitar o tio do seu pai hoje e vai fazer isso lá? Não pode, filha, vamos conversar.

No que ela responde:

- E  você mamãe, que coisa feia batendo nas pessoas.

Eu, assustada, já que vivo explicando que não pode bater em ninguém:

- Eu estou batendo em quem?

Ela:

- Na Luísa. ha ha ha (e ficou sorrindo e olhando pra mim).

Outro dia a avó estava tendo uma conversa longa com ela, sobre dividir as coisas, que nem tudo é dela, quando Luísa colocou as mãos na cintura e falou:

- Menos, vovó, bem menos.

Quando ela empurrou Eduardo e eu comecei a falar, ela me interrompeu:

- Eu sei mamãe, que coisa feia, Luísa, você batendo nas pessoas. Eduardo é seu irmão e vocês se amam. Tá certo mamãe.

Eu tenho que sair pra rir, depois da bronca...kkkk

Minha tagarelinha canta, conversa, puxa assunto e quando eu chego ela grita:

- Mamãe, foi trabalhar e voltooooou.

Linda.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Carinho com o papai

Hoje o papai de Eduardo recebeu um presentão do nosso filho, Eduardo, bem cedo e nem viu porque estava dormindo. Eu que fiquei encantada com a cena. Eu entrei no quarto com Eduardo e o pai, Lamartine, estava dormindo. Eduardo sentou na cama, se aproximou do pai e fez carinho nos cabelos dele, encostou a cabeça na do pai, beijou e abraçou. Tudo isso com o pai dormindo.
Lindo meu amor demonstrando os sentimentos pelo papai.
Filho, meu amor é tanto que nem cabe dentro de mim. E o orgulho, então. Cada momento com meu filho apenas traz para a minha realidade o quanto tenho a agradecer pelo sonho realizado de ser mãe, de ter meus dois amores.
Beijos.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Coisas de Luísa

Luísa vem com uma novidade a cada dia.

Sempre estimulamos o contato e a interação entre os irmãos mas, quando Luísa passa dos limites e invade o espaço do irmão (quando ele fica muito bravo e não quer mais papo), a gente conversa: pronto Luísa, Eduardo já brincou e agora ele está cansado. Vamos dar um tempo pra ele e depois a gente brinca mais.

Dia desses, ela insistiu muito, ele estava muito irritado, quando a avó falou: Luísa, vamos deixar Eduardo em paz um pouco.

Passou. Dias depois, quando a avó estava insistindo para prender o cabelo dela, ouviu a resposta:

- Vovó, deixe o meu cabelo em paz.

Fomos rir no quarto...rs
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