segunda-feira, 4 de maio de 2015

Os dias passam lentos.. o ano voa.

Entre altos e baixos, o tempo vai passando rápido.
No embaraço do cotidiano, nas tantas tarefas dos dias que passam, na ansiedade que me atordoa, vou tentando encontrar tempo para educar Luísa, cuidar de todas as necessidade de Dudu e olhar pra mim.
Difícil, sempre difícil.
Vejo-me sem paciência, sem vontade de fazer nada além do que tem sido feito, mas que, enfim, é necessário. Não sei como cuidar de tudo e cuidar de mim. Luta diária, lenta, cansativa.
Mas, olhando o todo, vejo que tenho dado conta, considerando os recursos que a vida tem me oferecido.
Dudu está muito mais tranquilo, carinhoso, com carinha de feliz. Sei que isso é construído durante os dias e o resultado vem, no final de um período que, infelizmente, não dá pra prever.
Pede muito colo, abraço, tenta falar. Usa outros aparatos para tentar se comunicar, antes do choro incessante que antes era seu primeiro recurso.
Tem recebido limites em casa, na escola, nas terapias.
Essa aliança é fundamental para conquistarmos os objetivos no desenvolvimento dos nossos pequenos, em todas as situações, em especial naquelas que exigem cuidados especiais.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Tantas mudanças

As crianças fizeram 6 anos.
Nossa, como tudo vai passando nesse turbilhão que é a vida e chegamos no "de repente".
São muitas mudanças nesse período.
Lá pelos 4 anos, com a mudança para Fortaleza e a dificuldade em reestabelecer uma rotina adequada de terapias para Dudu, ele regrediu. Ficava disperso, irritado demais, não olhava, não observava. Aí mais luta, mais cuidados, mais empenho e ele voltou ao seu caminho, único, mas sempre em frente.
Nós, familiares, vivemos os altos e baixos tão conhecidos.
Ansiedade pelo som, pela palavrinha, pelo entendimento.
Ansiedade pela brincadeira compartilhada, pelo aprendizado, pelo interesse nas relações.
As preocupações saem da área abstrata. Dudu está crescendo, está forte, quase não consigo pegar no colo. O que antes era apreensão, hoje é dificuldade.
Mas, na realidade, importa que seguimos, juntos e com amor. Nosso caminho é trilhado em um ambiente de acolhimento, carinho, respeito.
Isso vejo em Luísa, quando diz toda orgulhosa que é meu irmão. Quando está toda preocupada porque Dudu está doente. Ou quando recebe a notícia que vai passear e pergunta logo: Dudu vai também?
Nosso caminho tem um tempo de colher diferente da maioria, mas lutamos, diariamente, para que sempre existam flores.



quinta-feira, 2 de abril de 2015

Retomando o blog

O blog foi abandonado, eu sei. Quase dois anos.
Atribuo a ausência às circunstâncias. Faltou vontade de muita coisa e o blog entrou na gaveta por tempo indeterminado.
Agora, com força total, me encontro inteira para voltar.
Retorno hoje, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Nosso 4º ano após o diagnóstico.
É um dia que sempre me emociona. Muitos amigos aderindo. Muita discussão sobre o tema.
Eu renovo minha esperança. De dias melhores, de mais amor, menos preconceito.
Esperança de um mundo melhor para os nossos filhos.
Até que cheguemos nesse dia, eu exijo apenas respeito.
Todo amor, carinho, solidariedade e recebermos será presente.
Cada familiar, amigo ou profissional que puder compartilhar nosso caminho será bem-vindo.
Mas, além, pessoalmente, eu exijo apenas respeito. Pelo ser humano, independente de como ele tenha chegado nesse mundo. Por uma criança única, cada uma, que não veio com os padrões típicos que estamos acostumados, mas é um indivíduo da sociedade e merece ter seu lugar. Hoje luto por isso.
Acredito. Vejo a simplicidade nos coleguinhas dos meus filhos, a naturalidade como lidam com isso e, simplesmente, acredito.
Além da minha questão pessoal, é óbvio que precisamos de tanto. Precisamos ser vistos, sair da invisibilidade que tantas vezes ocorre. Hoje, as crianças autistas que pertencem a uma família com condições financeiras suficientes, têm acesso a bons tratamentos. Há sempre uma esperança de um futuro melhor, há condições de melhorar a qualidade de vida da criança e da família, devido ao acesso a bons profissionais e cuidados.
Entretanto, há muitas crianças abandonadas, que nem um diagnóstico receberam. Crianças autistas que, por sua condição, estão sem acesso sequer à escola. Imagine a todo o rol de cuidados necessários e fundamentais para seu melhor desenvolvimento.
Os cuidados para com os autistas são fundamentais para seu presente e futuro, para a dignidade em suas vidas.
É uma luta necessária. Que venha.





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