sexta-feira, 27 de julho de 2012

Coisas de Luísa

Almocei em casa e, quando estava de saída, Luísa perguntou:

- Mamãe, para onde você vai?

- Vou trabalhar, filha.

- Mamãe, de novo? Mas você já trabalhou tanto...

rsrs.

É filha, em algum tempo você vai saber..rs

terça-feira, 17 de julho de 2012

Com você aprendi..

Filho, você me ensinou tanto.

Com você aprendi que o amor vence tudo. Hoje, não tenho mais medos infundados, sei que somos capazes de conseguir, com dedicação, vencer grandes obstáculos.

Com você aprendi que não importa a idade, o tamanho, a maturidade. Em várias oportunidades vi você ali, apenas um bebê, tão pequeno, enfrentando exames, os mais diversos, consultas, avaliações, ser observado por estranhos. Vi você enfrentando diagnósticos, provando que, independente do que estava escrito nos relatórios profissionais, você podia superar, mostrando ser o meu vencedor.

Com você aprendi o valor das amizades. Sabe, filho, algumas pessoas sentem por você muito amor, algumas pessoas veem como você é lindo, esperto, algumas pessoas fazem questão de ficar perto, independente de qualquer atraso, independente da aparente falta de interação. Algumas pessoas se esforçam para chegar até você, e descobrem que criança linda você é.

Com você aprendi que tudo tem seu tempo. Aprendi que as vitórias são mais importantes do que o tempo que elas demoram a chegar. Que o esforço no caminho trilhado é proporcional à alegria da chegada. 

Com você aprendi a importância dos detalhes. A força do milagre da vida. Sobre a inesgotável fonte da esperança. Que, mesmo quando temos certeza que não há mais forças para prosseguir, somos capazes de encontrar uma última gota e iniciar uma trasnformação. Ainda, depois de um momento assim, saímos muito mais fortes.

Com você aprendi a tirar os olhos de mim. Não sou uma mãe maravilhosa. Sou a sua mãe e preciso me esforçar para retribuir tamanho presente. Apenas luto para que você tenha todas as condições para a única coisa que importa de verdade na vida, a felicidade. Desejo muito a sua felicidade, meu amor.

São tantos ensinamentos. Falho, aqui, por citar apenas alguns. Você me transformou pelo amor, meu príncipe, e eu nunca conseguiria sem você.

A verdade é que sou privilegiada. Tenho você, filho.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Coisas de Luísa


Dia desses vinha no carro conversando com Luísa, que estava vendo seu irmão muito irritado. Vendo o olhar angustiado dela, eu falei:

- Luísa, filha, nós amamos Eduardo do jeitinho que ele é. Por isso mesmo, a gente tem que entender Eduardo. Seu irmão fica irritado pois ainda não fala...

- Mamãe, não fale isso. Eduardo fala sim.

- É mesmo filha, o que Eduardo fala?

- Ele fala: oiiiii. Mamãe, Eduardo é um cavalheiro, um príncipe.

Eu chorei, lembrando do sonho que tive com meu avô, quando ainda estava grávida e ele tinha acabado de partir, sem saber que eu finalmente lhe daria bisnetos: minha neta, seu filho é um cavalheiro. Eu sorri, pelo amor ali demonstrado, porque minha filha defende o irmão. Eu me emocionei por essa relação. Porque Eduardo tem um sorriso exclusivo de Luísa, que eu nunca vi ser demonstrado para mais ninguém.

Quando qualquer pessoa chega na nossa casa, ela diz: venha ver Eduardo, fale com ele.

Quando ele brinca mais feliz, é por estar correndo com ela, cantando com ela.

Eu recebi presentes. Filhos que me ensinam todos os dias. Amigos que me ajudam. Um abraço especial naquele momento mais complicado. Vale a pena, por tudo.

Em busca de soluções.

Estou em um momento muito difícil em relação ao meu filho, Eduardo. Uma agressividade, que começou em março ou abril, invadiu nossas vidas de maneira muito intensa, e eu não sei o que fazer. Parece que cada mudança de comportamento vira nossas vidas de pernas para o ar.

Eduardo chora, chora muito. E qualquer frustração é motivo para auto-agressão, ao bater em seu próprio rosto ou com a cabeça na parede. Eu já tentei acalentar, ignorar o choro, fingir que não estava vendo, conter suas mãos.. nada resolveu. Agora, falo sério com ele e seguro suas mãos. Ele chora, chora, chora.. e corre para fazer de novo.

Eu choro, choro, choro. Porque não consigo ver meu bebê se batendo porque não consegue dizer o que quer, porque não consegue aceitar as negativas. Eu choro porque não sei o que fazer, e confesso que, algumas vezes, eu penso que não consigo, que não conseguirei.

Após juntar os caquinhos, com uma ajuda muito especial, eu respiro e faço o que tem que fazer. Chorar não adianta. Que atitude é necessária? Não sei, mas vou testando, ensaiando, até encontrar o meu caminho, o nosso caminho, meu filho amado.

No meio de tudo isso, recebo outra ajuda, de Luísa. Eduardo começou a chorar muito e, quando cheguei, ouvi Luísa conversando:

- Não chore, meu amor, eu estou aqui com você.

É, parece que tenho com quem contar..rs
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