quinta-feira, 14 de junho de 2012

Situações de amor...

Esses dias cheguei no trabalho e recebi uma revista, de uma amiga. Junto, uma carta, claro que com belas palavras.

O gesto me emocionou muito. Eu nunca duvidei do poder da amizade, dos belos sentimentos que nos aproximam, da força dessa amiga em sua própria vida. Gabi, linda Gabi, eu só posso agradecer. Eu vejo como meus amigos, minha família, percebem meu caminho com Eduardo. Eu vejo que meus amigos que sentem forte. Talvez especial. Eu preciso frisar que posso até ser forte, que posso até levar a caminhada com meus filhos de forma especial, que talvez eu nem demonstre muito a angústia que turbilha aqui dentro, entretanto, tudo seria impossível se não fosse o apoio de vocês, que tudo seria diferente se não tivesse recebido dois lindos presentes da vida. Sem Eduardo e Luísa, eu não sei que mãe seria. Eu só sei que eles me transformaram na mãe que sou e, a mãe que sou, é a mãe que eu sempre sonhei ser. Não existe forma de agradecer. Não existem palavras.

Nivinha, que esteve comigo sempre e talvez no pior momento, pois não quis me deixar ir sozinha receber um resultado de exame. Amiga de todas as horas, que percebeu minha angústia.

Minha família. Minha mãe, tão mãe dos meus filhos. Minha irmã, que eu amo como filha, tão mãe dos meus filhos.

Amigos especiais, que nunca me faltaram, inclusive nos momentos mais críticos. Amigos especiais, que celebraram vitórias comigo.

O gesto de Gabi simboliza tudo. Obrigada. Segue o link da reportagem:

http://revistamarieclaire.globo.com/Revista/Common/0,,EMI306754-17596,00-TIREI+MEU+FILHO+DO+ISOLAMENTO+DO+AUTISMO.html

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ainda vou te endender, filho.

Vivemos uma busca, juntos. Eu, tentando entender meu filho, contendo a frustração de não ser aquela da frase: toda mãe sabe o que seu filho quer. Não, eu não sei. Não compreendo o significado do choro. Não percebo quando ele tenta me mostrar algo. Ele, usando seus métodos, me levando pela mão para mostrar o que deseja, quando dá. Em alguns momentos, não dá certo e me vejo diante do meu filho chorando, fazendo de tudo para chamar minha atenção, agoniado, sofrendo, irritado.

Claro, também tem aquele choro de birra, quando digo que ele não pode algo que quer. Ocorre com Luísa, mas a comunicação muda tudo. Nem que seja apenas para saber que o choro é de birra, mas ela entendeu o que eu falei. Com Dudu, não. Eu converso, ele continua irritado e eu fico de pés e mãos atados.

Eu não sei se é possível ver seu filho batendo no próprio rosto ou a cabeça na parede, ou tentando te atingir com uma cabeçada e não sentir o coração pequeno, não ter vontade de sair correndo, procurando uma saída, uma luz que te mostre como agir. Não, eu não fujo, fico ali, impotente, sem reação, tentando acolher o sofrimento do filho em um abraço rejeitado.

Tento mostrar que desse jeito não adianta, que ele sofre, que eu sofro e não chegamos a lugar nenhum. Tento seguir conselhos e deixo ele perceber que não vai adiantar. Tenho que usar toda minha concentração para deixar meu filho chorando, sentada no sofá. Mas, é o que tem resolvido. Ele passa na minha frente várias vezes, mostrando sua insatisfação e eu fico quieta. Até que ele percebe que não tem jeito e vem me pedir colo.

Ali, com meu bebê no colo, eu percebo que vamos conseguir, um dia. Que embora doa, muito, deixar meu filho chorando, é um passo necessário para que ele tente se comunicar comigo de outras formas, que ele pode, sim, lidar com aquilo. Ali, com meu bebê no colo, eu digo que estou tentando falar com ele, entender o que ele quer, que precisamos um do outro. Ali, com meu bebê no colo, eu percebo que sim, sou a única que pode entender. É um mito, não é que mãe entende o filho, é que mãe quer tanto, com tanto amor, que é a única que pode entender. Estou tentando filho, me espera. Guarda teus sonhos, que um dia compartilharemos. Guarda um sonho bom, pra me contar. Guarda teus desejos que se aproxima o dia em que você me falará, com suas palavras, o que eles significam. Te amo.
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