segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Comportamento zangado

Há alguns dias Eduardo tem apresentado um comportamento muito agressivo. Quando vai fazer qualquer coisa que não quer ou quando não é atendido quando deseja algo, Eduardo chora, bate em quem aparecer, joga os objetos ou bate a cabeça. 

Todos os dias sofremos para trocar a fralda dele, que chuta quem está trocando com toda força. E como ele tem força. A troca de fraldas demora vários minutos. Ele se contorce, grita e chuta, querendo sair para fazer outra coisa. A irmã também tem sentido a mudança. Quando Luísa chora, ele corre para perto ebate na cabeça dela várias vezes seguidas. Chora, volta e  bate novamente. Luísa fica parada, olhando pra ele, aparentemente sem compreender direito, pedindo que não bata pois ela é sua irmã. Eu converso com ele, que tem que dar carinho, que dói quando ele bate e que não podemos bater nas pessoas. Quando está pronto e quer sair, bate com a própria cabeça na cabeça da gente, chuta, bate e se tentamos pegar no colo, não aceita.

Luísa já entendeu que não deve revidar e toma suas próprias atitudes. Fica em pé de frente pra ele, pega as duas mãos dele e passa pelos próprios cabelos falando: "carinho, Eduardo, na sua irmã". Depois continua "agora abraço", e abraça o irmão .... "agora beijo" e corre atrás dele em busca do beijo. Como essa interação com a irmã é positiva para os dois. 

Eu fico triste, vejo as reações dele angustiada e com vontade de chorar. A psicóloga acredita que está tudo bem, que são ótimas notícias, e está muito feliz com as reações dele. Aposta que ele está demonstrando o que quer e o que sente, que precisa apenas de um tempo para reorganizar tudo dentro da cabecinha dele. Ela vibra, e nem assim eu não consigo acalmar meu coração.

Exceto no dia que recebi um presentão, quando ele estava inconsolável e não conseguíamos identificar o motivo de tanto choro. Eu pegava no colo, conversava, fazia dengo, carinho e nada. A avó pegava, fazia tudo isso, e nada. Até que ele ergueu os bracinhos, se jogou na minha direção e disse "mamãeeee".

E ficamos assim, abraçados, ele chorando e sendo paparicado, eu sorrindo e sentindo a angústia ceder um pouco do seu lugar para a festa que crescia dentro de mim.

3 comentários:

Anônimo disse...

eii Ale!
É lindo e realmente tocante saber que a Luísa já entende o irmão e quer ajudá-lo. Isso já é uma resposta de que você nunca estará sozinha; e que com tantas pessoas atenciosas, ele então consegue se expressar.
Passo aqui todos os dias torcendo para que tenha mais novidades! Beijinhosss!!!

Thaís disse...

Oi Alê,
Essesn comportamento são muito comuns nos nossos pequenos. São momentos difíceis, mas logo passa!
Vc já viu a palestra do William sobre comportamentos agressivos, no site inspirados pelo autismo?
É bem rica, se já viu, não custa ver de novo, sempre temos coisas novas para absorver.
Amei o Eduardo dizer mamããããeeeee, que alegria!
Estou torcenco por vcs.
Bjs,
Thais (mãe Natália - TEA)

Daniela Laidens disse...

É complicado isso... são fases, né? A Gica se comporta muito mal, às vezes, fica super violenta, tenta bater na irmã, em mim...principalmente quando é contrariada. Ontem mesmo, ela fez o maior escândalo quando estávamos saindo de casa para ir à escola. Não queria pentear o cabelo. E eu não queria que ela vencesse aquela batalha... então já viu, né? O pior foi ver a Pietra assistindo tudo...
Quando finalmente consegui colocar ela dentro do carro (já tinha se passado muito tempo) ela continuou a berrar muito... e a mana pedindo para ela parar, já nervosa também, tadinha... bem, foi horrível. Assim que as deixei na escola, desabei! Chorei até não poder mais. Acho que fiquei chorando por umas duas horas seguidas... sabe aquele momento que vc também deve ter vivido...aquela pergunta... por que? por que? por que??? Mas são fases... altos e baixos. Obrigada por compartilhar com a gente esta alegria que o Eduardo te proporcionou... "mamãe"... como é bom ouvir a vozinha deles, nossa!!!

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