terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Terapia nossa de cada dia..

Ontem saí da psicóloga com Dudu, em uma sessão que fiquei com ele na sala, pensando em como tudo mudou nesse ano de terapia com a mesma profissional.

Claro que, no início, eu não imaginava que minha relação com meu filho seria analisada por uma pessoa estranha. Como foi difícil. Primeiro, eu sou tímida. Então fazer qualquer coisa com outra pessoa olhando de perto, com o intuito de avaliar, já é bem difícil. Fazer isso em um momento que você está destruída, parecia impossível. Mas, como toda mãe rasga a palavra impossível da vida, eu não seria diferente e fui em frente, segurando a mão do pequeno, sem pensar.

E como aquela terapia me fez bem, ou melhor, faz até hoje. Primeiro, encontrei uma profissional atenta, cuidadosa, além de muito competente. Lívia sempre cuidou para que o turbilhão na minha mente depois do diagnóstico interferisse o mínimo possível na minha vida.

A verdade, ainda que cause dor admitir, é que eu não sabia mais como brincar com Eduardo. Ele fugia de mim, estava cada dia mais distante, e eu não era capaz de alcançar meu filho. Nunca vou esquecer que Eduardo mudava a posição sempre que estava sentado e eu fazia um carinho, saindo o suficiente para que, da posição que eu estava, não pegasse mais nele. Eu chorava. Isso maltratava mais do que qualquer atraso que eu visse em Eduardo.

A Lívia, atenta, percebeu isso e me levou para dentro da sala com ele. Assim, a terapia de Eduardo era a minha terapia. Nossa, ali eu consegui equilíbrio e apoio para alcançar meu filho. Quando eu menos esperei, ele corria para o meu colo e pegava minha mão, pedindo carinho. Os dias de fuga ficaram no passado. Embora ele ainda resita ao contato, isso ficou reservado a alguns raros momentos.

Então, eu comecei a entrar com ele nas sessões pensando que estava apenas sendo apoio do Eduardo, pois que não ficava bem sozinho dentro da sala. Depois, percebi o quanto conquistamos, juntos. Hoje ele entra sozinho.

Ontem, depois de alguns meses, entrei novamente. Na primeira sessão, éramos uma mãe desesperada, que tinha acabado de perder o chão, um filho lindo, que tinha uma mãe zumbi. É, por tudo que conquistamos, vejo que o amor dá jeito até nisso.

Um comentário:

Juliane Aguiar disse...

"eu não sabia mais brincar com o meu filho..." Alê, é incrível como são as coisas, né? Quando fiz a 3 sessões de análise para o diagnóstico, foi terrível. Ficar 50 minutos, por 3x, com uma câmera, uma psicóloga e uma estagiária junto foi tenso!!! Nunca vi 50 minutos com o meu filho passarem tão lentamente!!!
Mas, que bom que você já está há um ano em terapia... Isso significa um futuro muito melhor pra vocês...
Beijos e beijos!

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