sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Voltei...

Como é bom voltar para o que faz bem.
São tantos motivos...
Em agosto meu filho Eduardo teve episódios de convulsão. Foi um dos momentos mais difíceis da minha vida. Apreensão, insegurança. Sentia-me perdida, sem saber o que fazer, vendo meu filho ser medicado no hospital e, ainda assim, sem controlar as convulsões. Ficamos 4 dias ali, em observação.
Graças a Deus ele não teve mais nada.
Depois, irritação, choro sentido, isolamento, inquietude.

Passei por momentos muito tristes. Precisei de um tempo, no casulo, para tentar me recompor. Precisei conviver intensamente com minhas dores, meus medos, minha culpa. Precisei me esconder para voltar a acreditar. Precisei alimentar a esperança, que estava definhando. Precisei trazer cor aos meus pensamentos cinzas. Precisei iluminar o meu caminho. Precisei varrer toda a sujeira escondida sob o tapete, já estava visível. Não quis trazer nada disso para o blog.

Novamente, luto para aceitar... aceitar ... aceitar. Processo que não é isento de dor.

Aceitar que tudo pode acontecer. Nada pode acontecer. E não adianta chorar, sofrer, rastejar, implorar para que tudo mude. Vai ser. O que será da caminhada depende de mim, depende do que eu proporcionar ao meu filho, depende do meu estado de espírito. Aceitar que posso sim viver sem esperar uma notícia ruim a qualquer momento. As notícias também podem ser boas. Aceitar que o sonho da fala pode não se concretizar, mas sempre vou lutar, acreditar, estimular meu filho, segurar sua mão para que ele saiba que o amor é incondicional. Afinal, cada passo já é uma vitória a ser comemorada. O que importa mesmo é que ele está aqui, pertinho de mim, com seu olhar conquistador, com seu sorriso sapeca, com seu abraço inesperado.

Novamente, eu escolho aceitar meu presente, meu filho lindo. Novamente eu saio da névoa, consigo ver que o amor faz tudo ser diferente. Novamente eu acredito.

E, assim, mais forte de novo, eu sigo contando nossa jornada. Uma mãe, levando seus presentes mais preciosos. Uma mãe, que muitos consideram firme, mas que apenas se segura com todas as forças em tantas pessoas maravilhosas que caminham aqui, pertinho. É um grande conforto saber que posso cair, terei ajuda para levantar.

Outro amor maior, minha irmã, falou que agora sabe, pode acontecer qualquer coisa, pois já sofremos, já choramos. agora é viver nosso lindo hoje, convivendo com duas crianças lindas, perfeitas, amadas. Minha irmã acredita que o futuro vem com boas notícias. Que venham. Acrescentarão minha felicidade, real, que é agora. Venham, sim, estamos esperando de coração aberto.

2 comentários:

Anônimo disse...

É, eu sei muito bem o que é isso, ver o filho convulsionando nao é facil!!!Meu filho tem 4 anos e 5 meses, fazem 3 meses da ultima convulsao, começou ele com sono fora de hora, estava sem febre, ai dormiu uns 10 min, quando acordou, notei que tava com febre, 38, dei remedio e depois de uns 5 min ele convulsionou.Meu filho teve um grande atraso na fala, começou a falar com 3 anos e 9 meses, quando levei ele na fono e no neuro havia suspeita de autismo.Tudo estava se encaminhando para um diagnostico de autismo, ele tinha 3 anos e 5 meses.Naquele dia voltei pra casa e decidi nao voltar mais na fono e nem no neuro por um tempo.Mudei meus habitos e virei minha vida pelo aveso.Posso te dizer uma coisa? As coisas mudam!!!Ontem foi a primeira vez que meu filho falou papai direito, ele sempre disse cacai, e ontem depois disso quando no banho eu lembrei o quanto eu implorei a deus, quantas vezes eu me ajoelhei e pedi sem nem mesmo aceditar em deus?
Todos diziam que meu filho era mudo, diziam que era anti social.Agora meu filho fala 50% certo e 50% embolado, mais fala e e´amigo de todo mundo.Com tudo isso que escrevi eu só quero te dizer pra acreditar!!!

Anônimo disse...

Ale, que bom voltaste a escrever,como nao tenho o dom da palavra só me resta apreciar o seu e tantos outros blogs.. Quero dizer que estamos juntas na dor e nas delicias que e de conviver com uma crianca especial porém sem diagnostico ainda... Meu filho tem 3 anos e faz fono e psicóloga e sinto sua dor tão parecidacom a minha ..uma ansiedade que dói a alma e a sensação de que a agonia nao vai acabar... Mas a vidacontinua e vamos sim conseguir passar por tudo e nos fortalecer até porque além deles temos nossos outros meninos que precisam tb que estejamosfortes...!!bjos pra vc e a as crianças . Carla

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