segunda-feira, 8 de abril de 2013

A importância de observar os sinais

Nunca estamos preparados para um diagnóstico de autismo. Comigo, entre o primeiro desconforto decorrido da percepção de que havia algo estranho no desenvolvimento do meu filho e o diagnóstico de autismo, lá se foram 10 meses. Nesse período, autismo era uma possibilidade remota. Embora eu tenha ouvido a pediatra abordar o assunto uma vez, ainda que eu desconfiasse dos sinais de autismo, minhas conclusões eram sempre negativas. Autismo? Não, claro que não. Será que não? Não, não.

Li, pesquisei, reli, conversei com pessoas e continuei naquela dúvida angustiada, negando o que nem conhecia ou exatamente por isso.

Fato é que o autismo começou a ser estudado há pouco tempo, sendo descrito pela primeira vez em 1943. Nessa recente história, houve muito equívoco, inclusive uma tese que o autismo era causado pela indiferença afetiva das mães. Hoje, o autismo ainda é um mistério, as pesquisas engatinham, e os profissionais da área de saúde geralmente não estão preparados para identificar sinais precoces da doença.

No nosso caso, precisamos consultar vários pediatras até encontrar uma médica disposta a investigar os sinais que apenas eu via. A consulta com um neuropediatra de Brasília, o primeiro que procuramos, resultou no seguinte diagnóstico: seu filho é mimado. Pior, aquele absurdo trazia um alívio imediato para os nossos corações, embora temporário, o que atrasava o diagnóstico.

Quanto mais cedo ocorre o diagnóstico de autismo, ainda que não fechado ou definitivo, mais cedo será possível iniciar a intervenção terapêutica. A partir das observações dos pais, os primeiros sinais autismo podem ser precocemente identificados em bebês novinhos, proporcionando acesso à ajuda especializada.

Necessário observar com atenção aqueles bebês que choram muito, com um comportamento de inquietude exacerbado, ou o oposto, bebês muito quietos, que nunca choram, com certa apatia. Também, bebês com o olhar perdido, que não compartilham descobertas com os cuidadores ou que ficam bem no colo de qualquer pessoa, devem ser notados. Ainda, Observa-se, também, sinais de alerta em crianças que se incomodam com o toque, alguns sons e certas texturas de alimentos, o que atrasa a transição para comidas sólidas.

Necessário salientar que não é um aspecto isolado que acenderá a desconfiança sobre o autismo. Entretanto, caso a criança apresente alguns indícios, os pais devem compartilhar suas preocupações com o pediatra. Se a resposta do médico não for satisfatória, se os pais não se sentirem seguros, outras opiniões médicas deverão ser buscadas.

De principal, temos que, quanto mais cedo as intervenções forem iniciadas, maiores serão os progressos. Quanto mais cedo temos um diagnóstico, melhor a família poderá ser orientada.

Fonte: Revista Saúde - Ed. Abril.




Um comentário:

Anônimo disse...

Me emocionei muito com sua historia , que bom q é vc a maē do Dudu, ele merece uma mãe como Você, Deus não podia ter dado a ele uma melhor...

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