terça-feira, 9 de abril de 2013

Outra convulsão, mais um aniversário.


Foi isso, meu Dudu teve mais uma convulsão. Depois de 8 meses, eu cheguei a acreditar que estava controlado, que poderia não passar mais por aquilo. Infelizmente, no dia 03/04, estávamos novamente no hospital com nosso bebê. Dessa vez foi diferente. No primeiro episódio de convulsões, Dudu teve uma em casa e mais três no hospital. Dessa vez, acredito que em virtude do medicamento continuado, foi uma e logo depois ele ficou bem.

Passado o susto e o sufoco, chegou o momento de comemorar: os pequenos fizeram quatro anos. Como nos anos anteriores, rememorei nosso tempo juntos. Lembrei do quanto lutei para realizar meu sonho de ser mãe. Da magia do nascimento, de como nem conseguia dormir olhando aqueles dois bercinhos no quarto da maternidade, não acreditando que eles acomodavam dois bebês, meus dois bebês.

Pensei na reviravolta, na descoberta do autismo na nossa vida, na angústia, nos dias de afogamento na dor, na luta para levantar, principalmente para que a tristeza não fosse percebida pelos meus filhos. A dor era minha só, de mais ninguém.

Divaguei pelos momentos em que eu vivia uma sensação enevoada, um pouco cega, quando não compreendia como tínhamos chegado ali, não tinha esperanças de chegar em um lugar feliz. Cheguei, em pensamento, no instante em que descobri que eu também estava crescendo, que meu filho e toda nossa história peculiar me transformavam, pelo amor.

Percebi que, em algum lugar desse percurso, eu decidi lutar, ainda que a aceitação não tivesse tomado lugar no meu coração. Aquilo não me deixaria parada. Eu seguiria, sorrindo e chorando, como todas as pessoas, abalada, claro, mas com o mínimo de forças, aquele suficiente para lutar pelo meu filho.

E, entre lembranças e reflexões, meus filhotes entraram no quarto. E, mais uma vez, vi que, depois deles, não há tempo muita coisa, inclusive lamentações. Sorrindo, eles subiram na cama, Luísa tagarelando, Dudu com seus gritinhos e sons. Eu, fui arrancada da nostalgia. No meu infinito particular, só cabia cócegas, sorrisos e parabéns. Vamos comemorar, meus amores, pois vocês trouxeram todos o sentido da minha vida. Vamos pedir que vocês sejam abençoados, que tenham uma existência de música e cor, de muitos anos felizes. Parabéns, filhos, muito obrigada.

Um comentário:

Anônimo disse...

linda e emocionante a forma como vc escreve...parabéns pela mãe que é e pelos linda família que está formando.

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