quinta-feira, 11 de julho de 2013

Longa adaptação

"somos pássaro novo
longe do ninho"

Talvez  o que nunca deva ser esquecido ao lidar com uma criança especial é que nada está vencido. Há sempre o risco de perder o que já foi conquistado.

Algumas vezes eu me sinto assim, pássaro novo longe do ninho, o medo no meu colo. Será que Dudu também se sente longe do ninho, mesmo deitado com a mãe?

Tantas vezes ele me olha como se me entendesse. Tantas vezes ele me olha como quem diz: ei, está divertido.

A adaptação está difícil. Ainda não encontramos a escola ideal, por não ter vaga nas que mais gostamos. Ainda não encontramos a terapia adequada. Hoje iniciaremos nossa terceira tentativa. Eu fico com o coração na mão, pedindo que dessa vez dê certo. Ele fica impaciente.

As cabeçadas voltaram. Sofro eu, a irmã, a avó, a tia.

O choro sentido voltou. Sofrem nossos corações, sem compreender.

Na ausência da fala, eu tento ouvi-lo com o coração, com o olhar, com a experiência do nosso tempo juntos. Muitas vezes dá certo. Poucas vezes ele compreende o não. Então, mais cabeçada, mais tapas, mais choro sentido.

Quem sabe esse novo grupo de terapeutas que iniciaremos hoje terá sua parcela de ajuda no nosso caminho. Quem sabe, eu e Dudu possamos nos sentir no ninho novamente.


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