segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ainda sobre diagnóstico

Semana passada fomos conhecer uma clínica aqui em Brasília que tem fisioterapia, fono, psicopedagogia, hidroterapia. Eu gostei muito. Sobre a avaliação, eles enfatizaram que não podemos falar em autismo agora, já que Eduardo é muito novinho. Para eles, o diagnóstico possível é atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.

Eu falei sobre a investigação genética. O responsável pela clínica me falou que até quer ver os resultados dos exames, mas que devemos nos concentrar na intervenção. Indicou mais estimulação precoce, uma abordagem diferenciada do que ele já faz hoje, hidroterapia e fono.

Eu, particularmente, também acho que o que importa é a intervenção terapêutica, tanto que foi o que primeiro buscamos diante da palavra autismo, mas, isso não aplaca a minha angústia em busca de um diagnóstico, na investigação genética, por exemplo. É claro que eu tenho esperança que seja um atraso no desenvolvimento e que, se for um transtorno de desenvolvimento, que ele supere tudo e que saia logo dessa condição.  È claro que minha esperança é nunca encontrar uma explicação genética para o atraso. Ainda assim, acho que é minha obrigação buscar um nome para o atraso que meu filho apresenta, com o único objetivo de fazer o tratamento mais indicado para o que for e dar a ele, Eduardo, totais condições para o seu pleno desenvolvimento. Falar de diagnóstico é sempre delicado. Não tem jeito, também é assunto recorrente enquanto não o temos.

Quanto ao nome do blog e seu conteúdo, continuo falando sobre autismo, pois foi a primeira desconfiança da pediatra, foi o primeiro diagnóstico que recebi, por escrito, sem ter como ter interpretado errado, sem ter como me enganar. Foi o que tirou o meu chão. É o que tentamos superar todos os dias, as características do autismo que Eduardo apresenta, independente do nome de diagnóstico que receba dos especialistas. È cedo pra falar em autismo, sim, eu concordo, mas a verdade é que hoje tentamos sair do que se apresenta como traços autistas. Que não seja, mas foi autismo a sombra que senti sobre o meu filho, sobre seu futuro, sobre seu desenvolvimento, foi o que me desesperou, foi com o que me resignei, acreditando que não era uma certeza futura, que ele poderá e superará, foi o que me deu forças pra lutar e não me conformar nunca. Saber que meu filhinho, meu bebê, tinha traços autistas me fez procurar o local que nos ajudaria, me fez encontrar forças quando eu achava que estava caída, que era fraca, me mostrou quem estava realmente perto, com quem eu podia contar, me fez sair da posição de “tudo bem” para a posição de luta, atenta, em busca do que é melhor para o meu filho. Foi a prova de que eu lutaria e não estávamos sozinhos.

O diagnóstico serve para a vida continuar o seu curso, não tenho certeza. Para compreendermos melhor o caminho, talvez. Para que eu tenha a convicção que estou fazendo o melhor pelo meu filho, o que é tudo que me importa. Tudo por ele, tudo por Eduardo, tudo na esperança que seja uma sombra, que superemos, que fique para trás, que faça apenas parte da nossa história, da história dele. Sigo assim, buscando e agindo, com meus filhos e nosso amor.

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